Ficou lá na máquina de lavar a cicatriz que vivia no canhoto dos teus braços junto às marcas de batom que habitaram os seus lábios e que, volta e meia, descansavam envolvidas pelo teu abraço. A porta batida à suas costas, junto à tv, cinzeiros e os caprichos todos que me dedicavas partiram juntos. Ficou apenas a camisa suja do seu time batendo descompassadamente na lavanderia, e é com ela que eu sento junto à tv, cinzeiro ao lado, e trago com o esquerdo dos meus braços o último cigarro em tua homenagem, segurando com o direito a camisa suja sobre a ferida viva que habita o centro do meu peito esquerdo.
Alexandre Pedro
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